Por Tom James
(Reuters) - Uma rachadura que poderia criar um iceberg do tamanho do Estado norte-americano do Delaware, e desestabilizar uma das maiores plataformas de gelo da Antártida, expandiu-se e começou a se ampliar mais rapidamente, alertou um cientista na quarta-feira.
A nova fissura se voltou para a face oceânica da plataforma, o que pode acelerar o processo de rompimento do iceberg, disse Dan McGrath, geofísico da Agência Geológica dos Estados Unidos e parceiro de um projeto com o grupo de monitoramento ProjectMidas, que tem sede no Reino Unido e relatou a nova rachadura na segunda-feira.
"Basicamente ela está fazendo uma curva acentuada rumo à frente em ruptura", disse McGrath, usando um termo técnico para descrever o lado da plataforma de gelo voltado para o oceano.
Faz sentido ligar o evento e o encolhimento das plataformas de gelo da Antártida ao aquecimento global, disse Richard Alley, especialista em glaciologia da Universidade Penn State sem conexão com o projeto.
A grande maioria dos cientistas diz que a atividade humana –incluindo a queima de petróleo, gás e carvão– é o principal catalisador do aumento das temperaturas globais.
Localizada na plataforma de gelo Larsen C, a quarta maior da Antártida, a nova rachadura é derivada de uma ruptura que chamou atenção depois de crescer de forma alarmante em 2014, e no ano passado se previu que ela irá causar a separação de um iceberg de 5 mil quilômetros quadrados dentro de alguns anos.
Em comparação, o tamanho projetado do iceberg é mais de 300 mil vezes superior ao do iceberg de 125 metros que provocou o naufrágio do Titanic, o que faz dele um dos maiores já registrados.